A pandemia do coronavírus acelerou um movimento que já estava em andamento: o crescimento do comércio eletrônico. Com as restrições de saída, muitos recorreram à internet para atender suas necessidades. A demanda por serviços online aumentou drasticamente, com mais de US$ 1 milhão sendo gastos em compras a cada minuto, segundo dados da Domo, uma empresa de computação em nuvem.
Com os estabelecimentos físicos fechados, a única alternativa foi a migração para o digital. As empresas que ainda não se adaptaram precisam agir rapidamente, pois uma nova transformação está a caminho. Especialistas apontam que o 5G e as tecnologias de inteligência artificial tornarão o comércio ainda mais ágil e personalizado.
“O e-commerce tem funcionado da mesma forma há anos, o que indica que uma transformação está próxima”, comenta Rodrigo Carvalho Silveira, diretor de inovação da agência ID/TBWA. Segundo o Cetic, 66% dos brasileiros realizaram compras online durante a quarentena, um aumento de 22 pontos percentuais em relação a 2019.
Essa demanda crescente pegou muitos empresários de surpresa. Ricardo Melo, diretor de marketing da Hostgator, destaca que “muitas empresas não estavam preparadas, criando uma urgência para a migração digital”. No entanto, essa revolução tecnológica está apenas começando.
O 5G, foco de disputa entre China e Estados Unidos, promete abrir novos horizontes para o comércio digital. Felipe Zmoginski, CEO da Inovasia, afirma que “a principal mudança será facilitar a Internet das Coisas (IoT)”, com países que adotaram a tecnologia explorando novas possibilidades no comércio eletrônico.
Conceitos antes vistos como ficção científica, como uma geladeira que faz compras automaticamente, podem se tornar realidade com o 5G. Zmoginski relata que em um hotel ele recebeu comida entregue por um robô autônomo, sem necessidade de intervenção humana.
Além disso, drones entregadores podem se tornar comuns, já que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizou seu uso para entrega de alimentos, como no caso do iFood. Em junho, o aplicativo registrou 39 milhões de pedidos, e parte dessas entregas pode ser realizada sem interação humana, o que pode resultar em um aumento do desemprego.
Michel Alcoforado, antropólogo, prevê que até 2050, mais de 50% dos empregos formais no Brasil poderão ser ocupados por robôs. “A pandemia está acelerando um processo de transformação. A inteligência artificial terá um papel significativo em nossas vidas. O futuro que esperávamos em 30 anos chegou em 2020”, conclui.
O programa Séries Originais, apresentado por Evaristo Costa, vai ao ar aos domingos na CNN. Confira na sua operadora o canal para assistir aos episódios.